sexta-feira, 23 de julho de 2010

E se Cássio virar mártir?

Alguém já parou para pensar no que pode acontecer caso o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) decida pela não candidatura do ex-governador, Cássio Cunha Lima (PSDB), ao posto de senador? É difícil prever o futuro, mas o que se pode perceber é uma verdadeira comoção em torno da “luta” do tucano para disputar as eleições deste ano. 

O que se escuta nas ruas é que o ex-governador já pagou pelo ilícito que cometeu com a inelegibilidade e com a perda de mandato. A população fala do tucano como uma vítima do TRE, que o Tribunal estaria perseguindo Cássio para defender os interesses do governador, José Maranhão (PMDB).

Uma das coisas que achei mais interessantes é que o entendimento de parte da população é que o tucano foi cassado por ser uma espécie de Robin Hood, de dar dinheiro do Governo aos pobres (Caso dos Cheques da FAC). Isso não é bem verdade, uma vez, que o ilícito foi cometido, mas isso foi o que acabou ficando no imaginário popular.

Bem, mas esse não é o ponto que eu quero abordar. O que pude perceber é que caso o TRE não deixe Cássio ser candidato a senador será gerada uma grande comoção e o tucano passará a ser uma espécie de mártir, que sofre e luta pelo direito de ser candidato. Ele passará a ser vítima de toda essa situação.

Acredito que caso Cássio não consiga o registro para disputar as eleições, isso vai fortalecer muito a candidatura de Ricardo Coutinho (PSB) ao posto de governador por dois motivos principais: a população tende a ficar do lado dos “injustiçados” e, além disso, o ex-governador se empenhará ainda mais na campanha para derrotar o seu principal “inimigo político”, o governador José Maranhão. Digo sem medo de errar que a não candidatura de Cássio só servirá para fortalecer o candidato socialista.

Pois bem, o projeto “Ficha Limpa” teve que ser criado para sanar a nossa incompetência. Não sabemos votar, não temos o discernimento para escolher bem os nossos representantes, por isso, foi necessário criar uma lei para impedir a candidatura daqueles que cometeram ilícitos. O problema é que se pode perceber que a lei está cheia de brechas e não vai barrar a candidatura de todos aqueles que tenham problemas com a justiça.

Se a lei não pode ser aplicada a todos, acredito que ela não deve ser aplicada a ninguém. Não é justo impedir a candidatura de alguns e liberar a de outros que cometeram ilícitos semelhantes.

A responsabilidade de escolher os representantes deve ficar mesmo nas mãos do povo. Agora, é necessário fazer uma ampla divulgação dos nomes dos candidatos que cometeram ilícitos e quais foram os crimes que cometeram. O eleitor deve investigar a vida do seu candidato antes de depositar um dos seus maiores bens, que é o voto.

FONTE: 

Beth Torres Colunista do Site

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