terça-feira, 31 de março de 2009

Tvs Católicas crescem no Brasil

Em pouco mais de uma década, numa reação ao avanço das igrejas evangélicas, surgiram duas redes de televisão católicas com cobertura nacional em sinal aberto -Rede Vida e Canção Nova- e várias emissoras locais e regionais.
A velocidade de crescimento da Igreja Católica, na área televisiva, só tem similar com o da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, nos anos 90, embora os investimentos da Universal em emissoras seja muito maior.
A Universal tem 22 emissoras geradoras, sendo 19 da Rede Record, que disputa o segundo lugar entre as redes comerciais com o SBT. Já a Igreja Católica tem 12 emissoras em funcionamento, mas ao menos mais 14 concessões já autorizadas pelo governo, a serem implantadas.
Até a inauguração da Rede Vida, em 1995, a Igreja Católica tinha só uma emissora, a Sudoeste, no interior do Paraná, da Ordem dos Frades Menores. Na época, a igreja priorizava rádios. Em 1998, entraram no ar a primeira geradora da TV Canção Nova (hoje são quatro) e a TV Horizonte, da Arquidiocese de Belo Horizonte fora a Internet, Revista e MSN (Telefone Celular).
Um ano depois, surgiu a TV Século 21. Em 2002, a TV Nazaré, da Arquidiocese de Belém (PA), à qual se seguiram a TV Educar (Ponte Nova-MG, em 2003) e a TV Imaculada Conceição (Campo Grande-MS, em 2004). Em 2005, foi lançada a TV Aparecida, com a pretensão de ter cobertura nacional.
Levantamento feito pela Folha mostra que a igreja reagiu de forma desordenada. Na ânsia por espaço, aluga canais de terceiros e usa sua influência com o governo para obter TVs educativas, cujas concessões são distribuídas gratuitamente.
O resultado é uma superposição de meios e gastos e uma programação pouco atrativa, de conteúdo muito religioso e deslocado da realidade. A maioria das concessões é de caráter educativo, mas há emissoras comerciais (Rede Vida, TV Sudoeste e Canção Nova de Sergipe) e um tipo misto de TV aberta com TV paga (TV Horizonte e Canção Nova de São Paulo).
As emissoras estão registradas em nome de fundações dirigidas por religiosos e de pessoas físicas. A concessão da Rede Vida é da família do empresário João Monteiro Barros Filho, de São José do Rio Preto, que a obteve do ex-ministro das Comunicações Antonio Carlos Magalhães, no fim do governo Sarney (1985-90).
Ele propôs à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil criar um canal católico nacional. A CNBB usou sua influência para obter mais de 400 outorgas de retransmissão para a emissora, no primeiro governo Fernando Henrique (1995-98).
As dioceses financiaram a implantação das retransmissoras. Na época, estimou-se o custo de implantação da Rede Vida em US$ 100 milhões. Metade de suas 431 retransmissoras ainda é mantida por dioceses.
Descentralização
A igreja não tem informação sobre o patrimônio das emissoras. Elas pertencem a grupos que têm autonomia, e a CNBB não interfere nas decisões.
Segundo o diretor da TV Aparecida, padre César Moreira, a proliferação de emissoras acontece porque a igreja ""tem vários rostos" e cada um segue um modelo teológico. A Rede Canção Nova e a TV Século 21 representam o Movimento da Renovação Carismática.
Para o arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira Azevedo, a Rede Vida ""deu uma resposta, mas não a resposta toda", e as novas emissoras refletem a necessidade de regionalização da programação.
A TV Educar, de Ponte Nova (MG), confirma o fenômeno. Nasceu por iniciativa dos padres salesianos, que querem implantar uma rede de 14 emissoras educativas em Minas.
Foto: Edição N° 100 Revista Canção Nova

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