( Para Ler na integra Click em Read More ). Pelo segundo dia seguido, a Rede Globo e a Rede Record voltaram a trocar ataques nesta quinta-feira durante os principais telejornais das emissoras. O tema era o mesmo: as acusações contra o fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As duas reportagens começaram exatamente às 20h34 e utilizaram entrevistas com políticos para sustentar seus argumentos.Apesar da TV Record criticar o tempo utilizado pela concorrente para tratar do assunto, a emissora da Igreja Universal utilizou 22 minutos de seu telejornal, contra seis da Globo.A reportagem do Jornal Nacional foi divida em duas partes. As informações da TV Globo foram baseadas em texto publicado nesta quinta-feira no jornal O Estado de S. Paulo, que dava conta de que o dízimo dos fiéis da Igreja Universal seria utilizado para a compra de imóveis sem relação direta com a instituição religiosa.De acordo com dados da denúncia do Ministério Público obtidos pelo jornal e reproduzidos pelo telejornal, a compra de imóveis pela Rede Record chegou a atingir o valor de R$ 25,6 milhões. O repórter César Tralli informou que dízimos e ofertas só podem ser usados na igreja ou em obras sociais mas que, no caso da Universal, o dízimo sustentaria empresas que visam o lucro.Ainda segundo dados do MP obtidos pelo Estado, em 2006 R$ 240 milhões foram desviados de fiéis e repassados para a Record. O apresentador do telejornal, Willian Bonner, informou que o advogado de Edir Macedo não quis gravar entrevista, mas disse que ainda não tem conhecimento da denúncia na íntegra porque está fazendo cópias do processo. O advogado ainda afirmou, segundo Bonner, que não leu a reportagem do Estado e que considera as denúncias infundadas.A segunda parte da reportagem mostra parlamentares do Congresso Nacional pedindo celeridade nas investigações. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) exigiu esclarecimentos e disse esperar que o País tenha em breve uma resposta a todas as perguntas. Já o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) afirmou que os fatos são graves e precisam ser apurados e esclarecidos.O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse achar as investigações importantes para não permitir que a "boa fé" das pessoas não seja iludida. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que, neste caso, a fé pode estar sendo usada de forma indevida. Já o deputado Antônio Carlos Panunzzio (PSDB-SP) espera que o julgamento tenha início em breve.Em contrapartida, o deputado Bispo Rodovalho (PFL-DF) afirmou que a igreja pode utilizar qualquer instrumento para pregar o evangelho.TV Record
O Jornal da Record começou a matéria mostrando trechos da reportagem veiculada pelo Jornal Nacional ontem. A emissora da Universal afirma que a concorrente exibiu "mais 10 minutos de agressões sem novidades" e voltou a comparar os tempo que teria sido dedicado por cada emissora ao assunto.A Record afirmou também que a Globo desrespeitou a liberdade de manifestação religiosa ao "invadir" cultos da Igreja Universal com câmeras escondidas.Apresentando a definição do dicionário da palavra "dízimo", a emissora defendeu o pagamento feito por fiéis às igrejas. A Record classificou a Globo como preconceituosa e, citando trechos do livro de Edir Macedo, sustentou que a Universal não impõe que as pessoas contribuam com parte do salário. A emissora da Universal também afirmou que o Jornal Nacional "ridicularizou símbolos" da Universal.Nos ataques, a Record usou trechos do livro A fundação Roberto Marinho de Roméro da Costa Machado, publicado na década de 80, que acusa a Rede Globo de desviar dinheiro público. Além disso, a reportagem afirma que a globo causou um dos maiores prejuízos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), quando contraiu um empréstimo para criar a Globo Cabo. A Record citou também um processo movido pelos herdeiros do ex-deputado Ortiz Monteiro, principal acionista da TV Paulista, hoje TV Globo São Paulo.O telejornal voltou a afirmar que a concorrente parte para o ataque devido à queda de audiência que sofreu nos últimos anos. Segundo dados do Ibope divulgados pela emissora, a audiência média da Globo caiu de 50,1 pontos para 40,8 entre 2004 e 2009, enquanto a Record teria subido de 9,6 para 17,5 no mesmo período.Antes de dar espaço para declarações de políticos, a Record usou 2 minutos para divulgar a nota do advogado Arthur Lavigne, que representa a Universal. Deram entrevista ao telejornal o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc; os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Wellington Salgado (PMDB-MG), Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PRB-RJ); e os deputados federais Marco Maia (PT-RS), Brizola Neto (PDT-RJ), Emiliano José (PT-BA) e Jô Moraes (PCdoB-MG).Todos falaram da importância da democracia dos meios de comunicação e criticaram o monopólio da informação. Dos políticos entrevistados, apenas Marcello Crivella, que pertence à Universal, comentou diretamente as denúncias contra Edir Macedo. "O juiz recebeu a denúncia do Ministério Público, não aceitou. Ele abriu prazo para que a defesa apresente em dez dias seus argumentos. Quando ele souber que esse processo é o mesmo, que já foi julgado, ele não vai aceitar", disse.No final da reportagem, a Record utilizou mais sete minutos para mostrar a vida de fiéis da Universal.Enquete
O Jornal da Record apresentou uma enquete feita pelo Terra nesta quinta-feira com a seguinte pergunta: "De que lado você está na 'guerra' entre Record e Globo?". O telejornal destacou que a maioria dos internautas (mais de 40%) optou pela emissora da Igreja Universal, contra cerca de 30% da concorrente. Até as 21h50, 27% havia optado por "nenhuma das duas".
Fonte: Blog Expresso PB
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