A reportagem do R7 também foi procurada na quarta-feira (30) por um homem que mostrou um caderno com as supostas questões que seriam cobradas no domingo - uma delas trazia no enunciado a "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, e outra abordava a música "É Proibido Proibir", de Caetano Veloso. O tema da redação era o Estatuto do Idoso.
O caderno trazia selos do Enem, do MEC e do Inep (órgão do ministério que realiza o Enem). Ele foi vazado na última segunda-feira (28) à noite, segundo o grupo que procurou o R7. Eles pediram R$ 500 mil para vender os cadernos de prova junto com um dossiê informando como foi feito o vazamento. O R7, no entanto, não se comprometeu com a compra do material.
Dois homens do grupo procuraram a reportagem com os documentos - um deles disse se chamar Fábio. Eles afirmam que "querem levantar dinheiro" e que o documento é legítimo. O documento foi vazado por um agente da Polícia Federal, segundo um dos homens.
- Isso vazou para mim através de um colega que é da PF, de Brasília. Ele tinha cargo dentro do Congresso e perdeu por conta de uma indicação política. É uma forma de se vingar e de levantar dinheiro.
O grupo afirmou que o documento poderia "derrrubar o Enem e o Ministério da Educação". A prova que o grupo mostrou à reportagem tinha 45 questões de matemática, 45 de linguagens e uma redação, exatamente como o modelo de domingo.
- Sou filho de desembargador, tenho 26 anos e trabalho como auxiliar da Promotoria. Somos todos trabalhadores, mas isso caiu no nosso colo. Queremos vender para ganhar dinheiro com isso. Mas tenho medo da nossa integridade física, porque isso vai derrubar a prova que vale para todas as universidades federais.
O grupo disse ter "amparo legal" de um advogado e cópias do documento registradas em cartório para o caso de serem processados.
- Não tenho como provar, mas o documento vazou para filhos de deputados e diplomatas em Brasília também.
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