Se tivesse condições de concorrer, o presidente Lula teria 21,2% dos votos. Já o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), teria 7,7%. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, faria 4,8%. Já o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), teria 3,1%, segundo dados divulgados pela pesquisa CNT/Sensus nesta terça-feira (8) em quem o eleitor votaria para presidente da República no primeiro turno das eleições de 2010, de forma espontânea.
O deputado federal, Ciro Gomes (PSB-CE), registraria 1,0%. O secretário estadual de SP, Geraldo Alckmin, também teria 1,0%. A ex-senadora e vereadora de Maceió, Heloísa Helena (PSOL), teria 0,9% e a senadora Marina Silva (PT-AC) ficaria com 0,9%. O número de eleitores sem candidato, segundo a pesquisa, seria de 58,5%.
Já em oito cenários estimulados, a disputa se mostra bastante indefinida. Na primeira lista, Serra tem 39,5%, Dilma 19%, Heloísa Helena 9,7%, Marina Silva 4,8% e eleitores sem candidato somam 27,2%. Na segunda, sem o governador de São Paulo, Dilma tem 23,3%, Aécio Neves, 16,8%, Heloísa Helena, 13,5% e Marina Silva, 8,1%. Eleitores sem candidato são 38,5%.
No terceiro cenário novamente com Serra e com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, mas sem Dilma, o governador de São Paulo tem 42,2%, Heloísa Helena, 10,8%, Marina Silva, 7,4%, e Palocci, 7,0%. Eleitores sem candidato somam 32,8%.
Na lista com Aécio e Palocci e novamente sem Dilma, o governador mineiro tem 18,0%, Heloísa Helena, 18,0%, Marina Silva, 9,8% e Palocci, 8,5%. Entrevistados sem candidato são 45,9%.
No quinto cenário, desta vez com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e Serra, o governador paulista tem 40,5%, Heloísa Helena, 10,7%, Ciro 8,7% e Marina Silva, 7,1%. Os sem candidato são 33,1%.
Na disputa com Aécio, o deputado federal do PSB tem 12%, o governador mineiro 17,6%, Heloísa Helena, 16,1%, e Marina Silva, 9,3%. Votos indefinidos são 45,2%. A sétima lista mostra Serra com 40,1%, Dilma com 19,9% e Marina Silva com 9,5%. Sem candidato são 30,5%. No último cenário, Dilma tem 25,6%, Aécio, 19,5%, e Marina Silva, 11,2%. Os sem candidato somam 43,9%.
Crise na Receita Federal:
A pesquisa também avaliou o nível de conhecimento da população sobre o episódio do suposto encontro secreto entre a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, no qual Dilma teria pedido para Lina "agilizar" a fiscalização sobre os negócios da família Sarney.
Segundo a CNT/Sensus, 41,5% dos entrevistados ouviram ou acompanharam as notícias sobre a suposta reunião, enquanto 50,2% não ouviram falar ou acompanharam. Entre aqueles que ouviram falar, 35,9% acham que Lina Vieira disse a verdade sobre o encontro. Já 23,6% dizem que Dilma fala a verdade quando nega a realização da reunião.
Segundo turno:
No segundo turno, o governador de São Paulo vence em todos os cenários apresentados pela pequisa. Na primeira opção, Serra tem 49,9% e Dilma 25,0%. Eleitores sem candidato são 25,2%. Em maio de 2009 os números eram 49,7% para Serra e 28,7% para Dilma e 21,7% dos eleitores sem candidato. Os números mostram que o governador de São Paulo ampliou levemente a sua vantagem, enquanto Dilma, a principal candidata do presidente Lula, perdeu 3.7 pontos percentuais.
No segundo cenário analisado pela pesquisa, sem o governador de São Paulo, Dilma tem 35,8% dos votos e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), 26,0%. Eleitores sem candidato são 38,3%. Em maio, a vantagem de Dilma tinha 39,4% e Aécio, 25,9%. O percentual de eleitores sem candidato era de 34,8%. Também nesse cenário, Dilma perdeu votos, se comparado a maio deste ano. A novidade é que a candidatura do governador de Minas Gerais também não apresentou reação no período em que Dilma esteve exposta à crise da Receita Federal e aos ataques da oposição no Congresso.
Para o representante da CNT/Sensus, Ricardo Guedes, os dados revelam que a candidatura de Dilma ainda não conseguiu agregar votos próprios. "A Dilma ainda nao agregou votos próprios, apenas a médida de transferência, que é de 20%, dos votos que o presidente Lula acrescenta", diz Guedes.
Na terceira opção, novamente com Serra e sem Dilma e Aécio, o governador de São Paulo tem 51,5% e o deputado federal, Ciro Gomes (PSB-CE), 16,7%. Eleitores sem candidato são 31,9%. Em maio, 51,8% votavam em Serra e 19,9%, em Ciro. O percentual de eleitores sem candidato era de 28,4%. Os dados mostram uma melhora no desempenho de Ciro e a estabilidade na intenção de votos do tucano.
Já na disputa com Aécio, o deputado federal do PSB tem 30,1%, contra 24,2% do governador mineiro. Em maio, a diferença era de 34,1% para Ciro, contra 27,9% de Aécio.
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que livrou o ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP) de responder a processo pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, a pesquisa CNT/Sensus incluiu Palocci em dois cenários, o primeiro com Serra e o segundo com Aécio.
Contra Serra, Palocci tem 11,3%, contra 54,8% do governador paulista. Já contra Aécio, Palocci faz 17,5% e o governador mineiro: 31,4%.
Consideradas as grandes novidades na conjuntura política, a candidatura de Marina e de Palocci não foram submetidas a nenhum cenário com Dilma e Ciro, segundo a CNT/Sensus, porque o órgão não considerou relevante o confronto dos nomes pelo eleitorado.
Rejeição:
Na corrida pela presidência da República, o candidato com o maior margem de rejeição, segundo a CNT/Sensus, seria o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que teria 45,8% de rejeição. Em seguida viriam, Heloísa Helena 43%, Ciro Gomes 39,9%, Marina Silva 39%, Dilma 37,6% e Serra 29,1%.
A acordo com as médias históricas registradas pela CNT/Sensus, candidaturas com rejeição superior ou igual a 40% nunca venceram uma eleição no segundo turno. "Podemos dizer que a candidatura de Palocci seria inviável e a rejeição da candidatura da ministra Dilma está no limite do que se considera inviável para disputar o segundo turno", diz Guedes.
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